E eu confesso que estava um bocadinho reticente e sem grandes expectativas… Mas conto-vos mais sobre isso depois, agora vamos ao que interessa!

 

O Espaço

O Yakuza é um restaurante assinado pelo Chef Olivier (dono de uma série de outros restaurantes de luxo em Lisboa), dedicado à gastronomia japonesa, a qual todos vocês já sabem que eu sou fã…! Foi também a minha estreia num dos restaurantes do Chef Olivier – ao contrário da Inês que é fã assumidíssima dele!

Tendo esta nota em mente, não foi propriamente com surpresa que dei por mim a entrar num espaço amplo e decorado ao mais ínfimo detalhe para dar ao cliente toda a experiência que a marca Olivier e o conceito Yakuza têm para dar.

A madeira predomina no espaço, e os elementos nipónicos decoram as mesas, as paredes e o teto das 3 salas principais ligadas entre si. Em duas dessas áreas, existem balcões onde o cliente pode sentar-se e comer enquanto vê os pratos serem confecionados, mas também pode optar pelas mesas que circundam esses mesmos balcões ou preenchem a outra sala sem balcão.

A luz baixa, as cores escuras e a ausência quase total da presença do mundo exterior conferem ao espaço uma atmosfera misteriosa e quase que sedutora. Presumo que essa seja a ideia pois, quando me desloquei aos lavabos (uau, sempre quis usar esta palavra para soar mais fancy) dei por mim a observar uma pintura na parede quase obscena. Ainda assim, parecia-me adequada ao conceito.

Todos estes elementos acabam por estimular os sentidos do cliente muito para lá do paladar. A visão, o olfato, a audição a escutar os movimentos que neste contexto soam meio que secretos e misteriosos, toram a experiência muito mais interessante.

 

A Comida

A carta, segundo a descrição do próprio Chef, é uma fusão do ocidente com o oriente. O Sushi, nas suas diferentes formas, predomina, mas há algumas alternativas para quem não aprecia. Além disso, e vou começar por aí o menu é à lá carte e os preços são elevados. No entanto existe também o menu de almoço – que eu experimentei – a um preço um pouco mais simpáticos, que inclui entradas, 8 peças de sushi, 7 de sashimi, bebida e café.

E começando pelo Menu de almoço, pedimos como entrada as Gyozas que vêm duas unidades por menu. São recheadas com frango e legumes, envoltas numa maça leve e ligeiramente elástica, que me parece ser cozinhada a vapor e passadas na frigideira. A acompanhar, molho de soja com cebolinho. Achei-as uma autêntica explosão de sabor! Muito boas, muito leves, mas riquíssimas em aromas.

O sushi incluído no menu vem num prato que parece uma autêntica obra de arte! 3 peças se sashimi de atum, 3 de salmão e 4 de peixe manteiga cobrem o background de uma pintura gastronómica, que segue com diferentes cortes de sushi – arrojados e diferentes – e cheiíssimos de sabor. Obviamente não vou falar de cada um individualmente, mas acho que a imagem fala por si. Além disso, nota-se que o peixe tem uma qualidade muito boa, derrete na boca e é fresco, algo que se quer SEMPRE num bom sushi!

E o Chef Olivier sabe como conquistar clientes e foi-nos oferecido 4 exemplares de um dos rolos de sushi do menu – daqueles que eu mais gostei confesso, com salmão, manga pepino e ovas no topo, que foi a cereja no topo do bolo.

Além do menu, aventuramo-nos também noutras iguarias. Primeiro, escolhemos da carta o Hot Yakuza – uma peça delicada e quente com salmão e queijo creme, coberto com molho teryaki. Mas permitam-me que confesse uma coisa – eu não gosto do sushi frito porque, para mim, arruína o sabor e a tradição, e geralmente vem cheio de óleo. No entanto, este, apesar de frito, vinha seco, ligeiramente crocante e não se notava o sabor do óleo da fritura, tornando-se na minha peça de sushi quente favorita de todo o sempre! É MESMO muito bom!

A Inês ainda se atrevei a provar o Taco Sakana. Aqui, o Oriente mistura-se com o México, num taco crocante recheado de guacamole, salmão e queijo creme, e um toque de picante. Este taco veio com instruções – devemos comer com as mãos – e realmente é mesmo Sacana – para intensificar o picante, traz um gomo de lima coberto com malagueta em pó. Não provei, mas pelo que vi pareceu delicioso!

Para terminar, o Yakuza também adoça a boca dos seus clientes com sobremesas que variam das mais tradicionais até àquelas com os verdadeiros sabores orientais. Para a nossa mesa, seguiu uma sobremesa mais tradicional, de seu nome “Kit Kat Sucesso Garantido”. Consiste numa mousse de chocolate cremosa e densa, coberta com uma quantidade generosa de Kit Kat e pedacinhos de biscoito e toffee a acompanhar. Palavras para quê? A imagem diz tudo!

 

O Serviço

As surpresas continuam no serviço – o cuidado com o detalhe, os pormenores que são irrelevantes, mas fazem toda a diferença na distinção entre um restaurante bom e um restaurante excelente, saltaram logo à vista. Desde o facto de oferecerem água à chegada, até ao facto de nunca ter enchido o meu copo, mas tê-lo sempre enchido, todos estes pequenos gestos agradam e conquistam.

Além disso, todo o requinte proporcionado pelo staff é acompanhado por um sorriso, por uma simpatia exemplar, por uma cordialidade que não roça o arrogante, que me agradou particularmente.

 

Para terminar…

Devo dizer que entrei no Yakuza a desejar não ter expectativas nenhumas e preparada para uma desilusão que espero daqueles restaurantes que têm uma fasquia muito alta em termos de marketing e de feedback que ouvimos do exterior. Saí de lá completamente encantada por toda a experiência: Comi um delicioso sushi, num espaço muito, muito, muito bonito, e passando por uma aventura sensorial muito estimulante.

E só para finalizar, uma curiosidade! Sabiam que Yakuza é o nome da máfia japonesa? Talvez este detalhe tenha sido a base deste ambiente misterioso e intrigante tão bem desenhado e aplicado ao restaurante!