[#Info] A Fome e a Ansiedade
17.8.20Até ia mais longe – A mesma pessoa pode observar aumento e
diminuição de apetite face a diferentes situações de stress. Isto é um pouco confuso
para quem o vive, e a situação sem si pode ser um factor de stress para essa
pessoa – especialmente quando a nossa resposta ´a de aumentar o apetite – o que
nos leva a um ciclo vicioso.
Nos dias de hoje, muito dificilmente encontramos alguém que
não se sinta ansioso, stressado, ou com medo, em algum momento da sua vida. A
nossa vida passa-se a um ritmo tão acelerado que muitas vezes nem nos
apercebemos que estamos realmente ansiosos até começarmos a ter sintomas físicos,
entre os quais o aumento ou a diminuição de apetite.
Porque é que isto acontece?
Ora… eu não sou nutricionista, nem médica, nem psicóloga…
Mas sou Bióloga e uma das coisas que me ajuda a compreender o que se passa
comigo é observá-lo sobre a lente dos nossos instintos mais básicos enquanto
seres vivos.
Aposto que já ouviram falar na resposta “Fuga ou luta” – ou em
inglês “Fight or Flight”. Quando expostos a uma situação de perigo, qualquer
animal – e aqui estamos nós incluídos – activa os seus mecanismos de sobrevivência
e tem uma de duas reações: ou foge da situação de perigo, ou tenta acabar com
ela (lutando).
Ora, a nossa ansiedade, stress ou medo surge quando nós
percecionamos uma situação de perigo. Isto pode nem ser feito a nível
consciente, mas se pararmos um bocado e pensarmos friamente na nossa vida,
reparamos que passamos muito tempo a “fugir” ou a “lutar” contra as situações
que nos surgem no dia a dia.
Voltando um pouco atrás ao que nos é mais primitivo… O nosso
corpo é uma maquina perfeita e portanto sabe que, para fugir mais rápido, temos
de estar mais leves. Por isso, quando a nossa resposta ao stress é fugir, o
apetite diminui e muitas vezes surgem outros sintomas como náuseas, vómitos,
etc (por exemplo, quando estamos prestes a fazer uma apresentação face a uma audiência!)
Por outro lado, quando a nossa resposta ao factor de stress
é “lutar”, o nosso corpo sabe que precisa de reservas extra de energia para
poder despender nessa “luta”, e por isso há aumento de apetite, e o nosso
comportamento pode até tornar-se mais volátil (muitas vezes sentimos aquela
fome desmesurada após conquistarmos algo que desejamos muito e até nos
desculpamos com o “eu mereço”).
Como é que o corpo decide que resposta dar?
Não sei… Mas presumo que dependa da situação.
O que é facto é que ao desmontar estes mecanismos que fazem
parte do nosso lado mais primitivo conseguimos também desmontar muitos mitos e
muitas culpas relacionadas com a fome emocional e outros “títulos” que damos a
comportamentos alimentares que adotamos. Não há nada de errado em comer por estarmos
em stress. O errado é estarmos constantemente em stress.
É por isso importante pararmos e termos alguns momentos para
nos reconectarmos com o nosso corpo para lhe darmos o amor e a atenção que ele precisa.
E para terminar… deixo-te a pergunta: Já te reconectaste
contigo hoje?
4 comentários
Olá, querida Patty!
ResponderEliminarComo tens passado? Tens passeado muito com as devidas cautelas? Eu tenho passado as minhas férias em casa e os dias parecem que têm 48h, mas tenho de ter cuidado com a minha saúde.
Gostei mto do teu texto, pke para além de bem escrito, em bom português, mas acessível, aborda um tema interessante. O stress, a ansiedade, o medo e a nossa vontade ou não de comer. Eu conecto-me comigo todos os dias, acho eu, e qdo estou mais ansiosa, tenho mais fome e apetecem-me doces, o k raramente como.
Não és nutricionista, nem médica, mas és bióloga, portanto percebes de "coisas" bio/vida, e daí as tuas correlações de nós, pessoas, com os alimentos.
Ontem, esperava uma consulta médica por telefone, mas o médico ligou de número privado e o meu telemóvel não atende números privados, não toca, embora fique o registo. Fiquei mto preocupada qdo por volta das 19h, vi nos registos que me tinham ligado duas vezes de número privado, e pensei de imediato que deveria ter sido o médico. Fiquei um pouco nervosa e quase sem fome. Jantei pouco, e só pensava no facto. Aqui, está a prova de que aquilo que nos atormenta pode aumentar ou diminuir o nosso apetite de comer.
Voltarei ao meu blogue dia 31 deste mês, mas o meu poema será postado num blogue brasileiro. Quis colaborar numa rubrica poética. Porei aviso e link no meu blogue. Gostaria que aparecesses no blogue brasileiro e comentasses o que escrevi. Pode ser? Tens tempo e disposição para isso? Obrigada. Conto contigo.
Beijinhos, um big abraço e continuação de umas boas férias.
É verdade, como está a tua gatinha que esteve doente? Espero que bem melhor.
ResponderEliminarBeijinhos para ambas.
Olá Patty!
ResponderEliminarComo sabes, estive ausente, por motivo de férias. Agora, no regresso, estive a ver as novidades aqui no teu cantinho.
Muito interessante o teu texto. Ando sempre tão ocupada que nunca tinha analisado as coisas desta forma. Sinceramente nunca avaliei, nem me apercebi se afeta o meu apetite.
Quando preciso de me reconectar, recorro aos meus trabalhos. Enquanto estou a criar/trabalhar abstraio-me completamente de tudo (como se desligasse um botão) e encontro-me comigo, fico em paz e serena!
Beijinhos de força e conforto para ti e para o Leo!
Fiquem bem!
Liliana
Não fazia ideia :/
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