[#Reviews] Tasting Lisboa: Treestory
27.11.18
Já
disse inúmeras vezes aqui que, de cada vez que vou a um restaurante de comida
tradicional de um país, sinto que os sabores, os aromas e as cores de cada
prato que provo me levam a viajar para esse mesmo país. Desta vez… viajei e
aprendi bastante!
Se
forem tão bons como eu a geografia (ou seja… não muito bons…), Geórgia não vos
deve dizer muito! O que eu sabia da Geórgia (antes de ir à Wikipédia que,
apesar de não ser a fonte de informação mais fidedigna do mundo, é um bom local
para tirar alguns factos gerais) era que fazia parte da europa, era um
principado e que tinha um alfabeto esquisito. Depois de investigar um pouco,
percebi que não é um principado, é mesmo um país, fica na Europa de leste
(acertei neste) e tem mesmo um alfabeto esquisito (e neste também!).
Quanto
à sua gastronomia, não conhecia nada – aliás, é um país tão pouco conhecido que
nem sabia que tinha características gastronómicas que o destacavam dos outros…
o que é uma grande fala de humildade e sensibilidade pois todos os países têm
os seus pratos típicos! Quando descobri que existia um restaurante de comida
georgiana em Lisboa fiquei intrigada… e tive de lá ir!
O Espaço
Situa-se
na zona da Pena, numa rua que eu achei bastante sossegada. É um restaurante discreto
ao passar na rua, mas esconde um espaço verdadeiramente bem pensado por trás da
porta!
A sala
interior é relativamente pequena. Ao entrar, temos à nossa esquerda um balcão
com uma vitrine cheia de bolos e doces que são de babar – um verdadeiro cartão
de visita delicioso e que nos faz ficar com vontade de experimentar tudo. À direita
tem algumas mesas para os clientes. As paredes têm pinturas de árvores –
alusivo ao próprio nome do restaurante – e todo o ambiente é bastante tranquilo.
Agora… aquele espaço que parece
bastante pequeno expande-se para uma esplanada nas traseiras do restaurante. É
no fundo um pequeno quintal urbano entre os prédios onde há mais mesas, relva,
plantas e guarda-sóis para dar sombra e que é um espaço muito bem aproveitado –
apesar de termos vista privilegiada para os moradores dos prédios ehehe.
Todos os traços decorativos de
ambas as salas são bastante simples mas muito bonitos, e a atmosfera quer do
espaço interior quer do espaço exterior é muito agradável. Uma pessoa sente-se
realmente bem e tranquila naquele lugar!
A Comida
O menu
deste restaurante é relativamente curto, o que ajuda sempre bastante, e vem
bastante bem explicados. Tem opções vegan assinaladas, bem como as escolhas do
chef que ajuda bastante aqueles que, como eu, ficam um bocado perdidos ao escolher
pratos de um menu cuja gastronomia é uma grande incógnita!
Os
pratos vêm servidos em tábuas, que parece ser um conceito de apresentação de
comida que veio mesmo para ficar – e que eu pessoalmente adoro! Nós optamos por
uma entrada, dois pratos principais com um acompanhamento e duas sobremesas
para acabarmos a refeição em beleza!
Para
entrada, pedimos um sortido de pkhali e beringela, uma espécie de menu de
degustação de pequenas entradas frias típicas da Geórgia e que é vegetariano e
a escolha do chefe. Tem tudo para dar certo não é? No fundo, assemelham-se a pequenos
hambúrgueres ou almondegas espalmadas feitas com diferentes vegerais,
temperadas com alho, ervas e frutos secos e servidas com romã por cima! Dois
desses hambúrgueres eram de espinafres e o terceiro penso que era com couve e
abóbora, mas não tenho bem a certeza. Vinham também 4 rolinhos de beringela com
um recheio também de vegetais e nozes! Todos eles eram deliciosos e
fresquinhos, e notava-se bastante o sabor a alho e a nozes. O que eu mais
gostei foi o de espinafres!
O
primeiro prato que veio para a mesa foi uma carne de vaca em molho de nozes e
especiarias e… OH MY GOD! QUE DELICIA! Também este prato era uma escolha do
chefe, e é realmente uma boa escolha porque é uma combinação de sabores
verdadeiramente divinal! A tigela vem ainda a ferver para a mesa, e vem com
pedaços de carne cozidos ao ponto, cobertos num molho escuro e espesso, que é a
estrela do prato! Nunca tinha pensado em fazer molho com nozes (apesar do Pesto
usar frutos secos mas… vocês percebem!) e, com elas bem trituradas e misturadas
com os restantes ingredientes e especiarias fazem uma pasta cremosa e super
aromática!
Para
acompanhar, pedimos legumes salteados que, na verdade, são tiras de beringela,
courgete, pimento, cebola, etc., grelhados… e eu adoro legumes assim! Foi um
ótimo acompanhamento!
O
segundo prato que pedimos foram medalhões de porco grelhados com abóbora. Ora
já vos disse anteriormente que não consumo carne de porco por noma, mas acabei
por provar um bocadinho dos medalhões e, apesar de não serem maus, não chegam
aos calcanhares do prato de vitela! A carne é mais seca, e com menos sabor, mas
este prato vem acompanhado com abóbora salteada com outros legumes (pimento,
cebola, etc…) e esses sim, valem a pena provar!
Para
sobremesa, pedimos uma baklava e um bolo de chocolate que veio com a promessa
de ser um dos melhores que comemos na vida!
Já
tinha ouvido falar de Baklava mas nunca antes tinha provado. Sabia apenas que
era um doce típico do médio oriente feito com massa folhada e nozes. É um
pequeno bolo bastante compacto, feito ás camadas com massa folhada e adoçado
com uma calda de açúcar e que tem um sabor bastante intenso a frutos secos! Ao
contrario do que esperava, é bastante durinho mas não é por isso que deixa de
ser bom!
Por
outro lado, o bolo de chocolate era mais leve e mais húmido, feito ás camadas
com uma mousse que tinha notas de café, o que ajuda sempre a intensificar o
sabor do chocolate. Era decadente, tal como se quer um bom bolo de chocolate!
O Serviço
Fiquei
com a ideia que todas as pessoas que trabalham no restaurante são originárias
da Geórgia… mas se não forem todas, são quase! Isto dá uma certa segurança na
autenticidade da comida! Uma das pessoas que nos atendeu não falava bem
português, o que teve a sua piada pois saia-lhe um português misturado com
inglês e com um sotaque intenso que associamos aos países de leste – e foi
precisamente isto que me fez concluir que se calhar todos os que lá estavam
eram também de leste. Mas valeu pelo esforço e foi muito simpática e atenciosa
connosco! Eu simplesmente adoro sotaques e reparo nestes detalhes!
Os
tempos de espera também foram relativamente curtos e a comida veio para a mesa
bastante rápido, o que me deixa sempre agradada! De resto, não há muito que
possa dizer, pois não fiquei desagradada com nada!
Para terminar…
Como
curiosa que sou, não podia deixar de experimentar a gastronomia de um país que
não conhecia antes! Fiquei bastante feliz com a experiência. É claro que não é
o melhor restaurante que já visitei, mas é um restaurante muito bom, com
conceitos interessantes e sabores diferentes e vale a pena só para experimentar
coisas diferentes!
A
comida da Geórgia, para mim, pareceu-me um pouco uma fusão entre os sabores característicos
do médio oriente – com as especiarias e os frutos secos – com a gastronomia da
zona do mediterrâneo – com os alhos, os legumes e as ervas aromáticas –
resultando em pratos bastante ricos em sabores e aromas.
Em
termos de preços, confesso que achei um bocadinho elevado, mas um dia não são
dias não é? E provavelmente as nossas escolhas não foram as mais económicas!
Se
gostam de se aventurar em novos tipos de cozinha, acho que devem experimentar o
Treestory: vão ter direito a pratos deliciosos, cozinha de um país que tenho
quase a certeza que nunca provaram antes, sobremesas com ótimo aspeto e ainda
opções mais saudáveis!
2 comentários
também lá fui e adorei!
ResponderEliminarBeijinhos!
http://marta-raminhos.blogspot.pt
Olá querida! Tem um conceito super interessante e a comida é mesmo deliciosa! :D
EliminarUm beijinho!