[#Reviews] Tasting Places: Marrakesh

26.2.20

                No outro dia, em conversa com as minhas colegas da faculdade, confessei, infelicíssima, que nunca tinha saído da Europa. E uma delas diz-me muito rapidamente “Para sairés do continente Europeu vai a Marrocos que é logo ali!”

                E eu, como bem-mandada que sou, fui! Viajei até Marraquexe… Mas sem sair de Lisboa, pois o meu pé-de-meia não dá para excentricidades demasiado grandes. “Como assim?” perguntam vocês? Bem… já sabem a resposta – a minha viagem foi através das papilas gustativas e o local escolhido foi o Marrakesh!


O Espaço

                Situado perto da Gulbenkian, na zona de Valbom, o Marrakesh salta à vista com as suas cores exuberantes e padrões árabes que se destacam logo à entrada!
                Ao entrarmos, sabemos que passamos para outra dimensão – a sala é ampla, mas um pouco escura, com luzes provenientes de candeeiros cujos abajures são avermelhados e muito trabalhados, dando um ambiente um pouco místico aquele espaço. Além das luzes já nos levarem a viajar, a música de fundo contribui ainda mais para esta experiência sensorial – os sons típicos árabes enchem a sala, sem se sobreporem às conversas que se ouvem… O ideal para ajudar nesta viagem!
                A sala está decorada com azuleijos coloridos, padrões tipicamente marroquinos, Tagines (os utensílios de confeção de alimentos de forma afunilada que dão também o nome a um prato típico da cozinha marroquina), biombos muito trabalhados e pinturas nas paredes!
                Há um balcão, onde são preparadas as bebidas, mas a cozinha fica no backstage. O balcão também está ornamentado com elementos árabes e, além disso, tem também duas bandeiras marroquinas e uma portuguesa!
                As mesas estão postas de forma simples, mas o prato das entradas destaca-se devido ao padrão. Além disso, ao invés de utilizarem toalhas de papel ou individuais, este restaurante recorre-se de toalhas de tecido para proteger a mesa!


A Comida

                Apesar de se destacar e se auto-proclamar um restaurante de cozinha marroquina, na verdade o Marrakesh possui duas cartas – uma de comida de Marrocos, e outra de comida indiana. Confesso que nem olhei para a carta da Índia pois o objectivo era mesmo comer comida marroquina, mas existem as duas opções.
                Começamos a nossa viagem com uma entrada cujo nome é Salada de Zaaluk – ou por outras palavras: Salada de beringela. É no fundo um refogado de beringela, tomate e pimento, com especiarias. É servida quente e pode ser acompanhada com pão (no nosso caso não foi). É fantástica, servida quente, ótima para abrir o apetite!
                De seguida, fomos ao mar e provamos a Bastila dyal ihout. Consiste num pastel grande de massa filo recheado com peixe, camarão e massa vermicelli, também bastante condimentado em que a curcuma é a rainha! A massa é muito estaladiça (um pouco gordurosa diria eu), e o recheio é muito rico e muito delicioso! Fiquei surpreendida com os sabores!
                A seguir, fomos para o pasto, e claro que tinhamos de provar um prato de Tagine, que é bastante típico deste país!   Tagine Dyal Iham o Ikhodra foi o escolhido – um nome bastante comprido para descrever uma espécie de estufado de carne de vaca com legumes (cenoura, couve-flor, ervilhas e batata). É servido no tal Tagine, ainda a ferver (por isso esperem um pouquinho!) mas é tão maravilhoso…! A carne desfaz-se, os legumes estão no ponto e aquele molho é maravilhoso! Têm de provar!
                Terminamos a refeição com dois docinhos menos típicos, mas até que não foram demasiado maus! Primeiro, um creme de chocolate e menta… Confesso que não gostamos assim tanto deste doce pois, apesar de sermos fãs de chocolate e menta, sentimos que este “creme” era uma espécie de pudim de chocolate instantâneo com essência de menta. Não era mau! Apenas não era o que esperávamos.
                Por outro lado, arriscamos num gelado de gengibre e esse sim… foi uma agradável surpresa! Bastante refrescante (duhh… é um gelado!), e com um toque picante, este gelado encheu-me, sem dúvida, todas as medidas!
                Para acompanhar a refeição, não poderia deixar de experimentar o típico chá marroquino – chá de menta – que é servido nos copos tradicionais e num bule super trabalhado…! Não é lindo??


O Serviço

                Uma coisa que me surpreendeu muito foi o nível de português do staff que era impecável! Geralmente nestes espaços, os funcionários são nativos do país cuja gastronomia está representada no restaurante, e como o português é uma língua difícil e geralmente não a dominam, até é mais fácil falar em inglês. Mas aqui não! O português era perfeito! O atendimento também foi perfeito – atencioso, cordial, agradável!
                A comida é feita na hora, e no menu vem uma nota a dizer que pode demorar até 20 minutos. Eu penso que nem 15 minutos demorou a termos a nossa mesa preenchida. Os pratos são bem confecionados e bem empratados, e a cozinha é eficiente! Além disso, li que este restaurante é coordenado por um Chef nativo de Marrocos, que vive em Portugal à bastante tempo e decidiu dar aos portugueses um pouco da sua terra Natal… Senhor Chef, muito obrigada por ter tomado esta iniciativa!  


Para terminar…

                Adoro estas viagens – são mais económicas, são rápidas, e acima de tudo, são deliciosas e deixam-me muito feliz! Não conhecia muito sobre a gastronomia marroquina e fiquei fã, especialmente com as combinações de especiarias e a riqueza dos pratos! De certa forma, algo que achei curioso é que alguns pratos me lembraram pratos portugueses o que me lembra da influencia dos árabes na cultura nacional, especialmente a sul do país, que é de onde sou natural!
                Além disso, o preço é bastante acessível, tem opções vegetarianas, tem pratos bastante variados, e tem espaço para levar grupos… Que mais se pode querer? Foi uma viagem maravilhosa!

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