Diria que a maior parte dessas pessoas nunca esteve frente a frente com um tubarão ou uma cobra, ou qualquer outro animal selvagem intitulado de perigoso. No melhor dos cenários, viram no Zoo.

Então porque têm medo deles?

A resposta é simples: Por causa dos média.

Tirando os documentários da natureza que, apesar de ainda assim serem parciais, tentam mostrar o ciclo de vida dos animais de forma próxima à realidade, a maior parte do contacto que temos com estes animais é através de ficção.

As cobras, os tubarões, os crocodilos, entre outros, são protagonistas de muitas cenas de terror em múltiplos filmes, havendo inclusive é títulos de sucessos de bilheteira que se centram no poder e no medo que estes animais causam.

Pior do que isto, estes filmes mostram estes animais a atacar pessoas, muitas vezes sem razão aparente, tal como se fossem homicidas psicopatas que se rejubilassem numa cena de carnificina.

E isto não podia estar mais longe da verdade. Na natureza, quando um animal se sente ameaçado, a primeira reação é fugir. Apenas quando não tem outra hipótese é que ataca.

Então porque é que as pessoas têm medo destes animais?

Porque os media assim o querem!

Mas já pensaram que isto que os media fazem com estes animais, fazem com outras coisas? Já repararam que, indiretamente, estão a moldar-nos a mente para entrarmos em padrões estipulados por eles (ou por outras pessoas com interesses específicos) que influenciam a nossa forma de nos comportarmos?

Pegando noutro exemplo… Porque é que os personagens principais das histórias são sempre lindos e maravilhosos? Ou, quando têm vidas mais comuns, roupas banais, ou que são mais “feios” para os padrões estipulados, só ficam realmente felizes quando se tornam belos e ricos? Ou porque é que nas redes sociais só se mostram as caras e corpos ideais, os acessórios bonitos, as férias de sonhos…?

Indiretamente, a nossa mente começa a associar determinados padrões de beleza à felicidade – da mesma forma que associamos determinados animais ao perigo e ao medo. Seguindo o mesmo raciocínio, começamos a pensar que o nosso valor é determinado pela nossa aparência física, pelos nossos bens e posses, ou pelo nosso estatuto social.

Mas será verdade assim?

Não, claro que não!

Isto é aquilo que a sociedade quer que nos acreditemos. E isso consome-nos, torna-nos infelizes, leva-nos ao consumismo, leva-nos a adotar padrões irrealistas… em suma, torna-nos eternos insatisfeitos e miseráveis.

Está na altura de mudar.

E fica aqui o desafio. Já alguma vez tinhas pensado sobre isto? De que forma é que aquilo que vês afeta a forma como te vês?