O que é, para ti, a liberdade?

26.4.21


Ontem celebrou-se o dia da Liberdade, dia 25 de abril. Para Portugal, este dia representou uma viragem, uma mudança de paradigma. Recuperamos o nosso direito de nos expressar, de nos manifestar, de tomarmos decisões sem termos medo ou sermos oprimidos, e com isso veio a responsabilidade.

Eu nasci depois deste dia histórico, cerca de 20 anos depois, para ser mais precisa. Nunca soube o que era viver num país onde, por ser mulher, estava limitada à cozinha e pouco mais. Nunca soube o que era ter medo de falar, ou de contradizer a visão política de alguém. E ainda bem!

Mas entristece-me saber que HOJE ainda existem pessoas que não têm essa liberdade.

Nós somos privilegiados. Nós escolhemos quando, como e o que comer, o que vestir, o que assistir na televisão, o que ler. Nós decidimos quando, onde e como vamos a determinado sitio, e optamos por ir sozinhos ou com companhia. A maioria de nós consegue escolher o seu percurso académico e profissional, e temos o poder de mudarmos quando nos sentimos insatisfeitos.

Mas há pessoas que não têm o que comer. Há pessoas que não podem vestir o que querem, pois, são discriminadas ou até gozadas, se pensarmos, por exemplo, em questões de bullying. Há pessoas que perdem a vida porque decidem escolher uma fé ou uma posição política diferente. Há pessoas que morrem por serem mulheres, por serem transsexuais, por serem incapacitados de alguma forma, por pensarem diferente, por serem diferentes.

E isto leva-me à questão do titulo. Para mim, liberdade é ser capaz de ser diferente e aceite. É capaz de poder expressar a minha identidade sem medo. É ser eu.

Para terminar, apenas um pequeno parêntese:

Este ano, sinto que muitos de nós (eu incluída, até certo ponto), sentimos que a nossa liberdade está a ser violada porque nos obrigam a estar em casa, porque nos impedem de fazermos a nossa vida dita “normal”, porque nos restringem os movimentos… Mas e se em vez de lamentarmos por termos de ficar em casa por causa de uma pandemia, agradecemos a possibilidade de nos isolarmos e protegermos a nossa saúde, quando há pessoas que não podem?

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1 comentários

  1. Realmente nestes tempos que correm há uma perversão do conceito de liberdade! Por um lado há a liberdade de nos recolhermos que como dizes não é igual para todos. Mas depois na exposição também há uma liberdade que muitas vezes não é respeitada. Ou seja, a minha liberdade termina onde começa a dos outros e eu não posso decidir não cumprir certas normas só porque quero ser livre, pois com isso implico a liberdade dos outros e da saúde publica.

    Beijinhos e boa semana,
    Vanessa Casais
    https://primeirolimao.blogspot.com/

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