[#Reflexão] Espelho meu, espelho meu... Porque é que ela é mais bela do que eu?
10.11.17
No outro dia fui ao ginásio.
Até
aqui, nada de anormal.
Fui com
a minha roomie.
Still not something unusual.
Eu não sou pessoa de reparar
muito em pessoas, em coisas ou em detalhes. Mas nesse dia fui ao gym, e estava na passadeira com a minha roomie ao meu lado quando chegou uma
rapariga e foi para uma passadeira mesmo à nossa frente. E eu reparei nela.
Toda ela no seu macacão vermelho.
Pele escura, cabelos ondulados supercompridos, toda ela curvilínea, corpo
perfeito, tudo no sitio. E lá se pôs a caminhar na passadeira à minha frente.
E eu observei-a por algum tempo,
e quando saí da passadeira acabei por ver o meu reflexo no ecrã do meu telemóvel:
despenteada, com as bochechas coradas, mas não daquela forma fofinha que se vê
nos filmes e nos desenhos animados, com uma expressão de quem tinha acabado de
correr a maratona mas tinha só estado 20 minutos na passadeira a andar (e não a
correr – eu recuso-me a correr). Depois observei-me de cima abaixo num outro
espelho lá do ginásio: toda eu magrinha, estilo tabua de engomar, a minha pele
mega pálida, até a minha roupa do ginásio parecia horrível.
Dei por mim a rebaixar-me devido à
imagem da rapariga que vira. Porque é que ela era tão bonita e eu… bem eu era
eu, e não dava para comparar.
A verdade é que este momento deu
pano para mangas na conversa de regresso a casa com a minha roomie, pois ela também reparou na mesma
rapariga. No entanto, eu continuei a pensar… não na rapariga, mas no meu raciocínio.
Porque é que o facto de a
rapariga ser bonita me torna a mim menos bonita? Porque é que a minha
auto-estima tem que descer por existir alguém vistoso, que chama a atenção?
Porque é que só existe um padrão de beleza? Porque é que cada ser não pode ser
considerado bonito à sua maneira?
A verdade é que existe esta
imagem que é vendida nos media, nas publicidades, em todo o lado, da mulher
ideal (fisicamente falando, claro). E de facto, as modelos que vimos na TV e
nas revistas são lindíssimas! Mas isso faz de nós, comuns mortais, feios?
De forma alguma!
Posso não ter um corpo
curvilíneo, mas tenho o meu corpo, e é bonito à sua maneira. Tenho a pele
branca, so what? Fui abençoada com
olhos azuis dos quais me orgulho imenso, mas isso não faz de mim um ser
superior, nem inferior, por ser algo que se destaca.
Penso que o mundo anda tão
obcecado na busca da perfeição, que por vezes os indivíduos se esquecem que a
perfeição não existe. De que serve ser modelo de capa de revista, se depois o conteúdo,
a personalidade, a beleza interior, não presta? Estas frases são tão cliché mas
parece que este ideal irrealista de beleza continua tão impregnado nas nossas
mentes que precisa de ser continuamente dito. Consciente ou inconscientemente,
a maioria das pessoas continua a comparar-se em termos físicos aos restantes
mortais e acaba a sentir-se miserável.
Devíamos olhar para nós e para o
nosso corpo como um templo sagrado. Bonito à sua maneira, e que deve ser
cuidado, preservado, respeitado e venerado. Devíamos adotar comportamentos e
estilos de vida saudáveis com o intuito de promover a nossa saúde e o nosso
bem-estar, e não somente para tornarmos a nossa beleza exterior mais evidente.
Alto ou baixo, gordo ou magro,
preto ou branco, todos nós somos belos à nossa maneira e ainda bem que não
somos todos iguais, senão o mundo era bem aborrecido!
Bem, foi um pequeno pensamento
que tive e decidi partilhar convosco. Espero que, de alguma forma, tenha
ajudado alguma “Patrícia” desse lado que, como eu, deu por si a sentir-se mal
por não ser tão “bela” quanto as meninas das revistas e os aviões que por aí
andam. E lembrem-se! Todos nós possuímos uma beleza única, e isso é o que nos
torna especiais!
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