Sempre quis ter um gato! Primeiro porque sempre quis ter um animal de estimação que não fosse peixe ou pássaro. Queria um amiguinho que pudesse tocar, agarrar, pegar ao colo, mimar… Quando era pequena tive um coelho, mas ele faleceu e desde então apenas aves e peixinhos passaram pela minha casa. Sempre tive um fascínio por gatos – pelas suas personalidades independentes, mas carinhosas. Acho que de certa forma me identifico com isso.

No entanto, adotar um gatinho era algo que desejava mas que não podia concretizar, isto porque neste momento não tenho a estabilidade necessária para – segundo a minha cabeça – dar as condições ideais de vida a um bichinho. Não tenho uma casa própria, tirando a dos meus pais, ando sempre de um lado para o outro… estas coisas acabam por tornar complicado a presença de um elemento extra, por muito desejado que seja. Além disso também não queria colocar a responsabilidade de tomar conta do meu bichinho nos meus pais – nem eles queriam isso. Aliás, a minha mãe estava constantemente a dizer que eu realmente ia ter um gato, mas apenas quando tivesse o meu espaço e a minha vida mais organizada e estável.

Por estas razões, eu nunca em tempo algum esperava acabar com uma bolinha de pelo no colo que pudesse chamar de meu… até que a Luna apareceu! E eu vou contar-vos a história dela e de como a conheci (que tem a sua piada).

No dia 20 de Julho estava em Lisboa e os meus pais foram também à capital por causa da formação que a minha mãe tem mensalmente. Eu aproveitei a boleia e, como já tinha terminado os meus trabalhos em Lisboa, vim para casa. A meio da viagem, enquanto conversávamos, o meu pai (que estava a conduzir) pediu-me para mostrar à minha mãe uma imagem que ele tinha no telemóvel. E eu assim fiz.

O meu pai costuma tirar fotos a animais e guardá-las no telemóvel por isso não fiquei muito surpreendida por ver 2 fotos de um gato antes da tal foto que ele queria que eu mostrasse. Curiosa como sou (mais uma característica comum com os felinos!), foi espreitar as fotos do bichinho… e apercebi-me que o gato estava num sitio que era bastante familiar para mim… parecia… a sala da nossa casa? Fiquei a olhar para as fotos mais um bocadinho até que finalmente me atrevi a perguntar “Porque é que estão aqui fotos de um gato na nossa sala? Temos um gato?”. Pareceu-me uma coisa ridícula de perguntar mas os meus pais ficaram com um ar bastante comprometido ao dizer que não. Eu fiquei desconfiada e pensei cá para os meus botões “aqui há gato….”. Literalmente. Mas… porque é que haveríamos de ter um gato em casa? Se calhar encontraram-no na rua… ou podia ser um dos gatos dos vizinhos que tinha entrado pela porta das traseiras (não seria a primeira vez!).

E fiquei a matutar nisso até chegar a casa. Quando chegamos… a minha mãe disse-me para entrar com cuidado na cozinha e aí caiu-me tudo! Afinal havia mesmo gato! E ao abrir a porta da cozinha vi a Luna pela primeira vez e apaixonei-me imediatamente!

A Luna é perfeita. E eu acho que as nossas “personalidades” se complementam, se isso é possível acontecer entre humanos e animais. Penso que ela também me adora, considerando que adora dormir no meu colo e anda sempre a perseguir-me pela casa! Mas eu ainda não sei muito sobre gatos e ela é bebé ainda…

Os meus pais foram busca-la ao hospital veterinário aqui da nossa zona 2 ou 3 dias antes de eu vir de Lisboa. Encontraram-na por um vídeo que viram no Facebook e decidiram que estava na altura de me dar a responsabilidade e o privilégio de tomar conta da Luna. Ela foi abandonada perto do hospital e desde então andava à procura de uma família, e parece que a nossa foi a escolhida!

Depois de a conhecer, apenas tive pouco mais de um dia com ela pois na semana seguinte estivemos de férias e deixámo-la no hotel de animais que é mesmo ao lado do hospital onde a adotamos. Fiquei encantada e surpreendida por, 1 semana depois quando a fomos buscar, ela nos ter reconhecido e ter ficado super feliz!

A Luna mudou imenso a dinâmica cá em casa. Andamos todos muito mais felizes! Apesar de, segundo as palavras dos meus pais, a gata ser minha, a verdade é que todos nós estamos perdidos de amores por ela. O meu pai adora-a, e inclusivamente já deu para perceber que ele não consegue ficar aborrecido na presença dela. A minha mãe idem. E para mim está a ser uma terapia e uma aprendizagem!

Sendo uma bebé, tudo o que ela faz é extremamente adorável! Ela tem uma obsessão qualquer com portas – da rua, de casa, dos armários…! Adora morder dedos das mãos e dos pés. Quando tem fome ou quer atenção, mia imenso – e nos momentos em que quer atenção, basta sentarmo-nos ao lado dela que ela salta para o nosso colo (finalmente tenho uma desculpa mais credível para procrastinar ahah). Tem um brinquedo que a deixa maluca, mas ela já quase o destruiu. E ela é tão bonita… tem olhos clarinhos como todos aqui em casa por isso enquadra-se perfeitamente na família!

Dá para perceber o quão apaixonada já estou por ela…? Nunca pensei que fosse possível criar um laço tão forte e tão rápido com algum ser neste mundo… É inexplicável!

E Luna… prometo cuidar de ti o melhor que conseguir, dar-te comida, casa e muito amor e espero que me escolhas para tua companheira nas tuas 7 vidas, que eu irei sê-lo sem hesitar!

PS: E já posso oficialmente dizer que sou uma Cat Lady! :b