[#Restaurant] Tasting Lisboa: C.O.W – Beef & Cocktails
3.1.19
E desta
vez não resisti… E este desejo de uma carninha suculenta, em ponto médio, daquela
que se desfaz na boca e é quase decadente levou-me a ir visitar o C.O.W… e como
o nome não engana (é como o algodão), a especialidade são os cortes de vitela e
eu vou contar-vos tudo desta experiência!
Então 'bora lá!
Viajamos
– como quem diz, que a viagem não é assim tão longa! – até Santos, que é uma
zona cheia de restaurantes com conceitos bastante interessantes! O C.O.W é um
deles. É um daqueles espaços modernos, de fachada muito black & white, que encontrou um equilíbrio entre ser discreto,
mas não passar despercebido – se é que isto faz sentido!
É um
restaurante relativamente pequeno, com um ambiente intimista e muito agradável.
Tem algumas mesas para duas e quatro pessoas, quadradas, que circundam a sala,
e duas mesas ovais para grupos de 6 pessoas – que foi precisamente onde fiquei
pois aremos 6 desta vez.
Para
aqueles que são mais sensíveis ou não gostam deste tipo de coisas, há um
pormenor de que, à entrada, há uma arca frigorífico com peças de carne em
diferentes pontos de maturação. Ao lado, na parede, há uma grande vaca
desenhada com os diferentes cortes da carne identificados na sua anatomia. Se
continuarmos em frente, há um pequeno balcão com várias bebidas (pois o C.O.W é
também um bar de cocktails) e ao lado dá para ver a cozinha e ao lado as casas
de banho.
O espaço em si está muito harmonioso e tem uma
vibe muito descontraída. Como música
de fundo têm alguns hits comerciais em versão acústica que ajuda a entrar neste
espírito stress-free e a desfrutar
ainda mais da refeição.
Sendo
um restaurante de bifes, é obvio que o foco principal é a carne! O menu é
bastante simples, dividido em couvert, entradas, cortes de carne e hambúrgueres
(que por sinal não haviam na noite em que lá fomos, mas que não foi um
problema!), acompanhamentos e sobremesas.
Primeiro
provamos o couvert da casa que inclui dois tipos de bolo do caco - o clássico e um feito com tomate seco com uma
cor absolutamente adorável – e que vem acompanhado com um potinho de manteiga
de alho e outro de patê de azeitonas. Não cheguei a provar o patê de azeitonas
porque não gosto, mas quem provou disse que era a estrela do couvert! A
manteiga de ervas era muito boa, mas já é um clássico, ainda para mais a
acompanhar bolo do caco! E o bolo do caco de tomate seco tinha um sabor suave
ao tomate que era bastante saboroso!
De
seguida, chegaram as entradas! Tive o azar de que uma das entradas que eu
queria provar – os rolinhos de queijo de cabra e presunto – não estar disponível
naquele dia (mas assim tenho uma desculpa para voltar!) mas acabamos por pedir
outras duas! Primeiramente, vieram os croquetes com Dijon e mel – uns croquetes
redondos, 100% de carne de vaca e fritos até ficarem crocantes, acompanhados
com um molho de mel (que me pareceu mel puro, pelo que calculo que a mostarda
faça parte do croquete em si). As bolinhas são crocantes por fora e têm um
sabor bastante intenso à própria carne por dentro, e desfazem-se na boca. Com o
mel, fazem um contraste engraçado, mas eu pessoalmente achei que brilhavam bem
só por si! Apesar de fritas, não tinham aspeto gorduroso, o que é sempre muito
bom!
Provamos
também as tortilhas de carne picante! Foi-nos dada também a opção desta entrada
sem picante, mas nós somos corajosos e como tal fomos mesmo para a versão
picante! Cada dose trazia duas tortilhas ligeiramente tostadas e no seu
interior vinham pedaços de carne estufada com maioneses por cima. De facto, a
carne tinha um toque picante, mas era mesmo muito delicioso! Contudo, talvez as
pessoas mais sensíveis a este tipo de sabor podem achar um bocadinho forte
demais…!
E agora
falando da estrela do restaurante – a carne! Irei apenas falar do meu corte,
porque foi o único que provei, mas para a nossa mesa vieram três cortes
diferentes – Picanha nobre, vazia maturada e fraldinha maturada – e todas elas
tinham aspeto delicioso! Eu optei pela fraldinha maturada, em ponto médio (ou
seja, ainda bem vermelhinha no meio). E que belo naco de carne eu comi… mas não
consegui comer todo porque era bastante grande! A carne em si era muito
suculenta, quase que se desfazia na boca! Veio servida numa tábua, com um pouco
de sal e um molho de ervas e alho, mas eu optei por comer a carne ao natural
pois achei o molho demasiado intenso e a carne por si só não necessitava de
mais sal! Estava mesmo mesmo muito bom!
Cada
prato de carne traz um acompanhamento incluído! Acabei por experimentar mais
que um, pois como éramos muitos e optamos por coisas diferentes e dividimos!
Para mim, eu optei pelos legumes grelhados. Os vários legumes – tomate,
cenoura, courgete, cogumelos, espargo, pimento e alho francês – vinham tostadinhos
e aqueles que são mais rijos vieram mais al dente, enquanto que o tomate e o
pimento tinham texturas mais molinhas, o que tornou um acompanhamento
interessante a nível de textura. Mas não só! O sabor era bom, não foram
temperados demais o que permite saborear os sabores originais de cada vegetal
que é maravilhoso!
Havia
um acompanhamento que eu estava particularmente curiosa e que também cheguei a
provar, que era o puré de espinafres com maçã verde! É de facto um puré bem
espesso, de verde muito intenso e textura muito cremosa. O sabor em si é suave
mas pensei que viria com pedaços de maçã – ou pelo menos o sabor da maçã fosse
mais intenso – mas acaba por se perder no puré. De qualquer forma, não deixa de
ser um acompanhamento bastante saboroso!
As
batatas wedge também não ficaram aquém! Pedaços de batata arredondados, que
pareciam ter sido feitos no forno pois a parte de fora era relativamente
crocante (não tanto como quando são fritas mas ainda assim crocantes) e por
dentro bastante suaves. No entanto, penso que elas são na realidade fritas,
apesar de terem sido muito bem escorridas! Vêm temperadas com orégãos – que combina
divinalmente! – e acompanhadas com maionese de alho. E o empratamento não é
adorável!?
Mas
além das batatas wedge, vieram também as batatas doces em palitos e… oh meu
deus. Para alguém que não é fã de batata doce (eu levanto já a mão), fiquei bem
rendida! A batata doce era daquela bem cor de laranja e, apesar dos palitos não
serem extremamente finos nem particularmente crocantes (eu geralmente só gosto
da batata doce frita e se for muito crocante) estas estavam muito muito boas!
Vieram temperadas com flor de sal, empratadas da mesma forma adorável que as
wedge, e com a mesma maionese de alho. Yummy!
Vocês
já sabem, claro, que eu não posso deixar de experimentar as sobremesas…! Desta
vez experimentei duas, uma delas era a minha, a outra foi “roubada” eheh. E vou
começar pela roubada – Taste de doce de leite! Vocês conseguem imaginar só a
decadência desta sobremesa pela imagem? Não conseguem, porque é mil vezes
melhor! Tem a mesma estrutura que um cheesecake – uma base de bolacha, super
deliciosa, seguida de uma camada de doce de leite e, por cima, uma camada de
natas doces. Para rematar, é polvilhada com granola! QUE. DELICIA. É uma sobremesa bem docinha mas
nada enjoativa, e a combinação dos três sabores… não há outra palavra para
descrever sem ser decadente!
Para
mim (e, claro que acabei a partilhar também) tive de pedir a delícia de
chocolate! Esta sobremesa demorou um bocadinho a chegar – isto porque esta delícia
de chocolate é, de facto, o famoso petit
gâteau e, portanto, é feito na hora! Vem acompanhado com uma bola de gelado
de nata e a mesma granola que a tarte de doce de leite! Vocês sabem que eu como
muitas vezes esta sobremesa… mas como resistir!? Ainda por cima, este bolinho
estava mesmo no ponto – o coração estava líquido, quente, decadente…
absolutamente divinal. Como resistir a esta maravilha? Impossível!
Duas últimas notas em termos de refeição,
ambas relativas às bebidas! Primeiro, as garrafas de água são super giras,
especialmente por serem personalizadas para o restaurante – e isto indica que a
água servida é provavelmente água de rede filtrada e isso, em termos ecológicos,
é super bom! Por outro lado, também veio para a mesa sangria de espumante e
frutos vermelhos. Eu não tenho por habito beber álcool porque não gosto do
sabor deste tipo de bebidas mas acabei por provar e achei bastante saborosa!
Claro que se notava o álcool e tudo mais, mas como não era muito forte – nem era
demasiado doce! – até se bebeu bem!
Nós
tivemos a sorte (e o restaurante o azar) de sermos os únicos clientes na sala
durante o tempo que lá estivemos. Claro que isso não é muito para o negócio,
mas para nós, enquanto clientes, permite-nos ter um serviço especialmente
personalizado e dedicado. A rapariga
que nos serviu foi extremamente atenciosa e ajudou-nos a escolher os cortes de
carne mais adequados para as preferências de cada um, bem como quais as
melhores entradas e acompanhamentos. Além disso, veio duas ou três vezes à
nossa mesa para confirmar se estava tudo do nosso agrado, o que acaba por ser
sempre agradável se não for uma coisa muito constante.
Em
termos de tempo, achei que as esperas foram relativamente curtas. As entradas
vieram pouco depois dos couverts, a carne também não demorou muito a chegar ao
nosso prato, e o que demorou mais foi de facto a minha sobremesa porque é feita
na hora, e por isso não me posso realmente queixar não é?
Há
apenas um ponto que gostaria de destacar, que não é necessariamente negativo
mas que pode ser interpretado como menos bom. Nós optamos por pedir entradas e
não pedimos os couverts (que, obviamente, são pagos à parte). No entanto, eles
tiveram a gentileza de as trazer, mesmo sem os pedirmos e nós acabamos por não
recusar… mas de certa forma acho que, se não foram pedidos, não deveriam trazer
de forma espontânea. De qualquer forma, souberam bem e por isso não vou
reclamar!
Para terminar…
Esta
foi mais uma experiência bastante positiva num restaurante cujo o principal
foco é o belo do bife de vitela! De facto, fiquei bastante surpreendida pela
positiva não só pela qualidade do serviço e da comida, mas também com o tamanho
das doses, com o ambiente e com a simpatia com que nos atenderam!
Tivemos
também a sorte de ter visitado o espaço num dia sem movimento (apesar de ter
sido um Sábado) o que, de certa forma, nos fez ter uma experiencia ainda mais
positiva devido ao serviço personalizado e dedicado exclusivamente a nós
naquela noite. No entanto, acredito que a simpatia e o cuidado com o cliente
sejam constantes no C.O.W, independentemente de haver muita movimentação ou
não!
Assim,
obviamente que recomendo, e muito, aos amantes de carne uma visita ao C.O.W que
não se vão arrepender!
(Ah! E se quiserem levar o vosso amigo vegetariano, há
também umas saladinhas que poderá degustar… Não há desculpa!)
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