[#Recuperação] Lembra-te: Não estás sozinh@ #EDAwareness
9.8.19
Para
quem não me conhece, sou a Patty! Tenho uma família que me ama. Tenho dois
gatinhos que são parte de mim. Tenho alguns amigos que são o meu porto seguro.
Tenho uma casa minha, que era o meu maior sonho! Tenho uma bolsa de
Doutoramento. Tenho muita sorte… Também tenho uma doença do comportamento
alimentar.
Decidi trazer
este tema (sob a forma de uma nova rúbrica no blog) pois apercebi-me que há
muita gente que tem este tipo de problema e sofre em silêncio, pois os distúrbios
alimentares acabam por ficar um pouco à margem da sociedade. Se este é o teu
caso, gostava de te dizer, primeiro, que lamento imenso. Depois, quero dizer-te
também que não estás sozinh@ - eu sei o quanto é difícil.
Não vos
vou contar a minha história (já levantei o véu algumas vezes – aqui), mas sim
partilhar algumas palavras de conforto com base na minha própria experiência.
Os distúrbios
alimentares não escolhem género, nem idade, nem status socioeconómico, nem
educação, nem nada. Nem tão-pouco são causados pela comida – a comida é, de
facto, o mecanismo de defesa. Como tentei dizer na minha primeira frase… eu tenho
tudo para ser feliz e ainda assim sofro com este problema.
Isto
porque estas doenças surgem como resposta a problemas internos – a inseguranças,
a medos, a necessidades de conforto, a necessidades de controlo… - e prometem-nos
tudo aquilo que desejamos – felicidade, paz, autoestima… - mas pagando um preço
muito elevado – a nossa saúde, a nossa vida. Na verdade, essas promessas são
vazias e aquela sensação de conforto e de sucesso que a doença nos dá é não só
apenas momentâneo, como é falsa.
À medida que avançamos de mãos
dadas com a doença, vamos ficando dormentes e indiferentes à realidade, e
deixamos de viver para passarmos a sobreviver. Amizades são destruídas,
oportunidades perdidas, a preocupação dos que nos amam cresce e nós
desenvolvemos uma espécie de imunidade a tudo isto até que esta “bolha” rebenta
– seja por questões de saúde, ou alguma wake
up call de outro tipo – e toda essa falsa segurança desmorona-se.
Estas doenças são difíceis de
entender… Confesso que nem eu própria percebo a maior parte dos meus comportamentos
uma vez que o meu lado racional nunca me abandonou completamente. Mais difícil ainda
é explicar a quem nunca passou por isto… pois ninguém percebe completamente. Por
isso, é importante pedir ajuda a alguém que seja especialista na área – só uma
pessoa que tenha muito conhecimento a nível deste tipo de problema irá ser
capaz de oferecer a ajuda que realmente é preciso.
Se estas a passar por isto…
escuta-me. Tens de te perdoar. A culpa disto te ter acontecido não é tua – e deves
relembrar-te disto SEMPRE.
Perdoa-te.
Aceita que tens um problema.
Aceita que mereces recuperar.
Abraça a vida.
Recupera.
Tu consegues, eu sei.
Com amor.
4 comentários
Nossa Patty, fiquei emocionada e feliz ao ler seu depoimento. Tenho certeza que com essa sua ideia ajudará muitas pessoas que sofrem deste distúrbio alimentar.
ResponderEliminarForça, você é uma vencedora já, uma guerreira. Além de linda, tem um futuro brilhante te esperando.
Acredite, força/foco/fé!
Beijinhos
Fer❤
Muito obrigada Fernanda. Tem sido uma grande luta mas eu vou sair vencedora! Um grande beijinho!!
EliminarPhenix, és uma vencedora. Eu sei que sim!!!!
ResponderEliminarObrigada Mommy <3
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